terça-feira, outubro 26, 2010

FAMILIA X ESCOLA


A Estreita Relação : Familia x Escola


Conceito de família.


Comecemos pela definição de família e a origem da mesma. Família é um núcleo de convivência primário unido por laços afetivos e ou sanguíneos.A família “nuclear” – quer dizer, pai, mãe e filhos – da forma como é definida hoje em dia, não foi sempre assim. Foi conseqüência de mudanças na forma de atuação de outras instituições como o Estado e a Igreja, que há cerca de três séculos, começaram a valorizar o “sentimento de família”.

Isto significa que os laços familiares começaram a ser reconhecidos socialmente e a educação e criação de crianças nascidas da união de um casal passa a ser, cada vez mais, da responsabilidade da família (Ariés, 1978).

Os costumes contemporâneos foram fortemente influenciados por esse sentimento que se desenvolveu na Europa a partir do século XVI, especialmente nas classes mais abastadas. Entre esses costumes está o de cada família morar na sua casa e ser responsável pela educação de seus filhos. Além disso, a comunidade tem diminuída a sua interferência em assuntos domésticos. (Szymanski, 2003)

Mais tarde (séc.XIX e inicio do séc.XX), as famílias das classes trabalhadoras também adotaram o modelo de família nuclear burguesa, quando foram forçadas a deixar o campo e ingressar no trabalho em indústrias nas cidades. (Poster, 1979)

A família, a partir desse modelo, organizou-se em torno da figura do pai, fechada em sua intimidade e com um determinado padrão de educação para seus filhos. Se com essa mudança, a família fortaleceu-se como instituição social, para mulheres e crianças, especialmente as que viviam em comunidades no campo, a situação afetou em muito a sua autonomia - no sentido de diminuí-la. (Szymanski, 2003)

Em nosso país, assim como em outras colônias que receberam escravos, o modelo matrifocal tornou-se o mais comum. Refere-se àquele que se organiza em torno da mulher quando não há um companheiro, mas assume forma patriarcal quando há.

Tanto a herança matriarcal de alguns grupos , como a proibição de formação de famílias durante a escravidão, contribuíram para a marginalização da figura do homem em algumas camadas de nossa sociedade( Dechesnay, 1986)

No mundo inteiro está se passando fenômeno muito sério e cujas conseqüências ainda não podem ser avaliadas inteiramente: o da transmissão progressiva dos poderes educacionais dos pais e da família para os mestres e a escola.

No início do século, ainda, a escola tinha unicamente a função de “ensinar”, quer dizer, transmitir conhecimentos, função que antigamente pertencia à família. Hoje a escola pretende também “educar”, quer dizer, formar a Personalidade total.A explicação deste fenômeno pode ser encontrada na tremenda vida movimentada à qual todos os pais estão submetidos na cidade moderna; no interior, como mostraram vários sociólogos brasileiros, à instabilidade do casamento causada pelas migrações constantes dos homens movidos por pressões econômicas e falta de motivos de fixação à terra.( Weil, 2004)


Conceito de escola


“Estabelecimento para ministrar o ensino; o corpo docente e discente de uma instituição; grupo literário; experiência. (Dicionário Scottini)Uma escola ou colégio é qualquer estabelecimento ou instituição de educação. Essa ideia surgiu da filosofia dos gregos antigos, onde eles se reuniam em praças públicas para praticar filosofia e trocar ideias. – Wikipedia – acesso em 10/10/2010

É durante os séculos XIV e XV que ocorre a expansão das escolas devido, em grande parte, aos esforços catequistas da Igreja na busca de fiéis. "(...)é preciso estudar a Bíblia para chegar a Deus, e as palavras da liturgia não toleram imprecisão. Cabe à Igreja atrair fiéis, que devem conhecer as preces e os preceitos.". Assim, os dois últimos séculos da Idade Média presenciam a expansão da escrita, tanto em latim quanto na língua vulgar – idioma nativo.(Wikipedia – acesso em 10/10/2010)

A história da educação no Brasil começou em 1549 com a chegada dos primeiros padres jesuítas, inaugurando uma fase que haveria de deixar marcas profundas na cultura e civilização do país. Movidos por intenso sentimento religioso de propagação da fé cristã, durante mais de 200 anos, os jesuítas foram praticamente os únicos educadores do Brasil.

Embora tivessem fundado inúmeras escolas de ler, contar e escrever, a prioridade dos jesuítas foi sempre a escola secundária, grau do ensino onde eles organizaram uma rede de colégios reconhecida por sua qualidade, alguns dos quais chegaram mesmo a oferecer modalidades de estudos equivalentes ao nível superior.

Dentre todas suas definições e teorias a escola surge primeiramente como instituição social na intenção da troca de idéias e do livre pensamento, mesmo que destinado a poucos, porém, perde esse status à medida que se torna instrumento para a disseminação da religião.


Ainda como instituição, defensora dos interesses políticos das classes dominantes, agindo como uma réplica da sociedade, em todos os seus aspectos, propagou ainda mais a desigualdade socioeconômica.

Após diversos movimentos sociais que exigiam uma educação popular, voltada àqueles que não tinham acesso ao ensino, a escola passou a se modificar.

Atualmente o Estado tem a função de oferecer ensino gratuito a todos, claro que com alguns reveses, a escola tornou-se acessível, laica, e “justa”, com a função de formar indivíduos prontos a exercer sua cidadania, além de se qualificar-se ao exercício do trabalho.

No Art.53 do ECA (estatuto da criança e do adolescente) afirma-se este compromisso:“A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.”


Conclusão:


A estreita relação das instituições: escola x famíliaTodas as “experiências” educacionais realizadas no sentido de substituir a família por internato, cidades de crianças ou lares artificiais em pavilhões, fracassaram, pois a família se revelou fator indispensável à educação da criança e, sobretudo a sua estabilidade emocional, a maioria dos adultos sem coração e afetividade foram separados da mãe nos primeiros meses da sua vida, conforme mostraram psicólogos americanos e europeus. (Weil, 2004)

Anna Freud, em Londres; Rible, nos Estados Unidos; Roudinesco, na França e Antonio Branco Lefare e colaboradores, no Brasil, demonstraram que as crianças criadas em orfanatos ou hospitais tinham um atraso não somente no desenvolvimento físico, mais ainda, no seu desenvolvimento mental; atribuem os autores este fenômeno à ausência de carinhos e afeto que, normalmente, as crianças recebem nestas idades, pois a sua alimentação era tão boa quanto às das crianças criadas em casa. (Weil, 2004)

É evidente a importância da família no desenvolvimento integral do individuo, assim como a impossibilidade por parte da escola na substituição desta instituição.

Dar carinho, louvar o esforço, criar um ambiente feito de compreensão, calma e respeito humano, são atitudes de pais que conseguem desenvolver em seus filhos senso de responsabilidade, fazendo com que a criança “queira o que ela faz e não faça o que quer”, afinal a educação moderna nunca foi partidária de deixar a criança fazer o que quer.

Educação e afeto podem e devem caminhar juntos, contribuindo para a formação de seres humanos felizes e emocionalmente equilibrados.“As boas inter-relações promovem um ambiente mais agradável e com isso possibilitam a oportunidade de um processo de ensino aprendizagem mais eficaz. Boas relações se manifestam por meio de diálogo, troca, paciência, compreensão, tolerância. – Patrícia Lopes; Equipe Brasil Escola – acessado em 24/10/2010

“A escola não é ilha isolada no oceano social. Não é lugar para guardar crianças, ou reformá-las, embora possa ajudar orientar e até alimentar. A escola não é paraíso na terra. Nem o inferno entre nós. Nem o purgatório. A escola não está aí por acaso”. – Gabriel Perissé.

“A escola salvará a sociedade se a sociedade salvar a escola”, é dever dos pais acompanharem seus filhos em sua vida escolar e direito destes conhecer, participar desta importante instituição chamada escola.


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