terça-feira, setembro 20, 2011

Vaiado, Bolsonaro deixa universidade no Rio em carro da polícia

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi vaiado e saiu sob proteção policial de palestra que ministrou nesta segunda-feira na UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói, região metropolitana do Rio.

O tema do evento, realizado na Faculdade de Direito, era homoafetividade. Durante a sua fala, o deputado recebeu, dos vereadores Leonardo Giordano (PT) e Renatinho (PSOL), duas moções de repúdio aprovadas pela Câmara Municipal de Niterói, que reprovara declarações que Bolsonaro concedeu, em março deste ano, ao programa CQC, da TV Bandeirantes. Na ocasião, Bolsonaro fez afirmações consideradas homofóbicas e racistas pela Câmera de Niterói.

Após receber os documentos dos vereadores, o progressista rasgou-os, acirrando ainda mais o ânimos da plateia, que durante a palestra já o vaiava e contestava sua apresentação.
"Ele foi extremamente deselegante e indelicado. Desrespeitou o poder legislativo e a população de Niterói. Feriu os direitos humanos. Vou me reunir com o meu partido para decidir qual medida tomaremos contra Bolsonaro", afirmou Renatinho.

Bolsonaro, então, chamou um táxi para ir embora. Fora da faculdade, encontrou-se com cerca de cem estudantes que o vaiavam e gritavam palavras de ordem contra ele. Ele foi chamado de "assassino", "nazista" e "torturador", entre outras ofensas.

Impedido pelos manifestantes de ir embora de táxi, restou a Bolsonaro sair dentro de um carro da PM que foi chamado ao local. O progressista não foi localizado pela reportagem para comentar os acontecimentos desta segunda-feira.

A mobilização de hoje não foi a primeira organizada pelos estudantes em 2011. Em agosto, cerca de 400 ocuparam a reitoria da UFF para pedir melhorias na infraestrutura da universidade, concursos para professores e protestar contra a construção de duas estradas planejadas para passar no interior dos campi, além de desalojar famílias do entorno dos prédios da universidade.

Os alunos só saíram da reitoria após o reitor, Roberto Salles, se comprometer a atender às reivindicações do movimento estudantil.

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